sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O vigia do vigia.


João casou-se com Maria e teve três filhos, estes filhos também casaram e procriaram. A terra estava habitada por vários descendentes de João e Maria e as relações entre entes homens ficaram complexas, daí necessitou-se da criação de algo que regulasse estas relações, bem como seus conflitos.
Criaram uma ficção, uma esquizofrenia em massa. A isto deu-se o nome de estado.
A princípio esta ficção criada por seus criadores, os próprios homens, teria a função de zelar pelo interesse público e promover uma convivência pacífica.
O homem criou o estado mas ficou de fora, ou seja, não quis se comprometer.
O duelo começou: como conciliar os interesses próprios daqueles que, ao menos teoricamente, estavam fazendo parte do estado, os governantes, com o bem estar de todos, os governados? Quem são os governantes e os governados?
A ficção até hoje existe.
Há como visualizar e relacionar com pessoas, mas com o estado é impossível. Agora ele é mero escudo de uma classe opressiva sobre uma oprimida. É mera transferência da frustração dos filhos de João e Maria, de uma sociedade primata que é regida pelas leis da selva mas, agora, de forma mais sofisticada.
Esperar do estado? O que está dentro do estado também espera do estado que regula o estado. O guarda do guarda que guarda o guarda.
O caos continua, e a débil calma vem da ilusão que existe um estado.